10 de julho de 2017

Barragens são “balão de oxigénio” para concelhos do Alto Tâmega

A construção das barragens do Alto Tâmega transformou-se "num balão de oxigénio" que está a mexer com a hotelaria, arrendamentos e a criar empregos em Vila Pouca de Aguiar e Ribeira de Pena.
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A construção das barragens do Alto Tâmega transformou-se “num balão de oxigénio” que está a mexer com a restauração, hotelaria, arrendamentos e a criar empregos em Vila Pouca de Aguiar e Ribeira de Pena.

“O volume de obra é muito significativo, estende-se mais no tempo e está-se a refletir claramente na socioeconomia destes concelhos”, afirmou hoje à agência Lusa o presidente da Câmara de Vila Pouca de Aguiar, Alberto Machado.

A construção das três barragens está a dar emprego a operários e técnicos superiores dos concelhos do Alto Tâmega, no distrito de Vila Real, e atraíram também mão-de-obra de fora deste território, que consome no comércio local, come nos restaurantes, ocupa unidades hoteleiras e arrenda casas e apartamentos.

“A capacidade de arrendamento que havia neste território praticamente esgotou e a procura continua porque, conforme as obras vão avançando, vão chegando mais técnicos e operários”, salientou o autarca.

Em pico de obra, o empreendimento deverá dar emprego direto a 3.500 trabalhadores e ainda permitirá criar 10.000 postos de trabalho indiretos.

Segundo fonte da espanhola Iberdrola, responsável pelo empreendimento, neste momento trabalham na obra cerca de 1.000 trabalhadores.

No terreno fala-se de muito movimento, de uma nova vida que está a atingir estas vilas do interior do país e algumas das suas aldeias, muito afetadas pelo envelhecimento da população.

Na Casa Fontes, em Pedras Salgadas, Vila Pouca de Aguiar, também “já se notam bastante as consequências” do empreendimento.

“Temos tido muita procura de alojamento. Estamos completamente lotados. Estamos com uma taxa de ocupação semanal de 100%, de segunda a sexta-feira, e mais quartos tivesse”, afirmou João Fontes, responsável por esta unidade hoteleira, que possui 12 quartos.

O empresário falou num “balão de oxigénio” para este território.

Nos estaleiros foram já criadas camaratas e também cantinas. Estas cantinas desviaram alguns clientes dos restaurantes locais mas, mesmo assim, são muitos os trabalhadores que diariamente comem nos estabelecimentos destes concelhos.

Na aldeia de Carrazedo do Alvão, Sílvia Morais explora um restaurante na Estrada Nacional 206, e disse que diariamente serve cerca de “20 a 25 almoços” a trabalhadores da obra.

Na Portela de Santa Eulália, já no concelho de Ribeira de Pena, Carmo Fernandes é responsável por um restaurante, café e supermercado.

“O negócio está a correr bem. Sentimos uma quebra após a abertura das cantinas, mas agora estamos a subir novamente. Estão sempre empresas novas a chegar. Temos uma média de 50 pessoas a almoçar aqui”, salientou.

Carmo Fernandes referiu que, mesmo sendo temporariamente, esta é uma obra que está a ajudar o negócio neste território.

“Mesmo na vila nota-se perfeitamente que o movimento triplicou”, salientou a empresária.

O Sistema Eletroprodutor do Tâmega é um dos maiores projetos hidroelétricos levados a cabo na Europa nos últimos 25 anos e contempla a construção de três aproveitamentos hidroelétricos na região do Alto Tâmega: Gouvães (bombagem), Daivões (turbinação) e Alto Tâmega (turbinação).

As barragens deverão estar concluídas em 2023 e o maior volume de trabalhos concentra-se entre os anos 2018 e 2020.

Fontes: http://observador.pt/2017/07/09/barragens-sao-balao-de-oxigenio-para-concelhos-do-alto-tamega/

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