7 de setembro de 2015

Calor. Seca deste Verão já é a segunda pior dos últimos 70 anos


A seca grave a extrema atinge 74% do território. O mês quente e seco de Agosto agravou as condições que se fazem sentir desde Maio.

A seca grave a extrema atinge 74% do território nacional e é a segunda mais grave que Portugal enfrenta nas últimas sete décadas. Só em 2005 e 2012 – 100% e 73% respectivamente – o fenómeno ganhou dimensões tão preocupantes como as que eram registadas a 31 de Agosto. Segundo o boletim meteorológico ontem divulgado pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera, 24% do território estava em situação de seca fraca a moderada e o restante em seca grave e extrema.

O mês quente e seco de Agosto agravou as condições meteorológicas que se fazem sentir desde Maio, com valores médios da temperatura máxima do ar (29oC) e da quantidade de precipitação (6,8 milímetros) a ultrapassarem os padrões normais. “Os valores da quantidade de precipitação mensal continuam inferiores ao normal (últimos nove meses), pelo que se mantém a situação de seca meteorológica em todo o território do Continente”, indica o boletim do instituto, adiantando ainda que o estado do tempo foi condicionado por um anticiclone localizado na região dos Açores.

A agricultura já começou a ressentir-se, embora boa parte da produção tenha escapado aos efeitos da seca, que se agravou a partir de Maio, não comprometendo assim a totalidade do ano agrícola. Contudo, o azeite e a castanha, em Trás-os-Montes, estão a registar grandes quebras de produção, alertou o director regional de Agricultura do Norte. “A percentagem de água existente no solo em relação à capacidade de utilização das plantas ronda os 10% a 15%, o que significa que, se não houver precipitação imediatamente, há a possibilidade de algumas espécies de plantas não sobreviverem”, explicou à Lusa Manuel Cardoso.

Os serviços da Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Norte começaram entretanto a fazer um levantamento dos prejuízos provocados pela falta de água nos solos, indicadores que só será possível apresentar em finais de Setembro.
A sub-região de Trás-os-Montes e Douro está a ser “muito” afectada pela seca, sendo as zonas da terra quente transmontana e o planalto mirandês as mais castigadas.

O Instituto Português do Mar e da Atmosfera já avisou aliás que, se não começar a chover até ao final deste mês, o país se arrisca a enfrentar uma “situação muito grave”. E mesmo um Setembro “anormalmente chuvoso” não será suficiente para o país sair da seca grave.

Com Lusa

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